Levando em consideração as preocupações de segurança alimentar que surgiram no contexto das sanções ocidentais, a Rússia está considerando mudar sua estratégia de vacinação contra a gripe aviária, anunciou Natalya Moroz, vice-diretora de produção do centro federal russo de saúde animal, à publicação russa Veterinary & Life.
Os grandes produtores avícolas do país estão proibidos de vacinar seus planteis. Apenas criações ao ar livre são obrigadas a inocular o rebanho contra a gripe aviária, lembrou Moroz. Mas essa estratégia pode ser alterada.
A vacinação em massa de aves foi até agora evitada devido ao impacto negativo que poderia ter no potencial de exportação, disse Moroz, acrescentando que, do ponto de vista de garantir a segurança para os seres humanos, a estratégia de ‘stamping out’, envolvendo o sacrifício sanitário de todas as aves afetadas sempre pareceu ser uma opção mais confiável de combate à doença.
Mas Moroz observou que, por outro lado, a gripe aviária afetou a segurança alimentar em vários países onde grandes surtos foram registrados nos últimos anos. Por esse motivo, alguns deles já tornaram a vacinação em massa obrigatória.
As autoridades russas também estão considerando mudar a estratégia de vacinação, disse Moroz, acrescentando que esta etapa está sendo discutida pelo Ministério da Agricultura russo, pelos serviços veterinários (Rosselkhoznadzor), pela Agência de Vigilância dos Direitos do Consumidor (Rospotrebnadzor) e por grupos empresariais locais.
Moroz observa ainda que no contexto das duras sanções impostas pelos países ocidentais contra a Rússia, “é necessário prever todos os cenários de desenvolvimento da situação epizoótica no país”. E acrescentou: “Se a gripe aviária se tornar uma ameaça à segurança alimentar, tudo terá que ser feito para salvar os rebanhos de reprodução. E aqui, a vacinação se tornará uma ferramenta necessária para manter o bem-estar veterinário da indústria avícola”.
Nova vacina
Uma nova vacina contra a gripe aviária de alta patogenicidade foi recentemente desenvolvida por cientistas do centro federal russo de saúde animal. Está programado para ser comercialmente lançada no início do outono, anunciou Moroz.
A cientista esclareceu que a nova vacina foi desenvolvida com base na cepa Yamal do vírus influenza A de baixa patogenicidade do subtipo H5N1 isolado na Rússia.
Conforme explicado por Moroz, a vantagem da nova vacina está em sua alta imunogenicidade, ou seja, na capacidade de proteger as aves da infecção pelos atuais vírus influenza A altamente patogênicos do subtipo H5. Além disso, acrescentou, o medicamento é caracterizado pela alta segurança associada ao uso de um antígeno feito com base em um vírus influenza A de baixa patogenicidade do subtipo H5.