Levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO mostra que a comercialização da safra 2021/22 da soja brasileira avançou razoavelmente em fevereiro, alcançando 46,0% da produção esperada até o dia 4 de março. Está abaixo dos 62,6% do fluxo recorde da safra 2020/21 e também da média de 50,4% dos últimos 5 anos.

Os negócios andaram melhor do que em janeiro. Houve incremento de 6,9 pontos percentuais, bem acima do mês anterior, quando registrou avanço de 1,1 p.p., ficando em linha com o padrão normal de avanço para o período – 7,3%. “O movimento foi favorecido pela nova alta generalizada dos preços no último mês”, ressalta Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.

Considerando a previsão atual de produção da safra 2022, revisada para 127,87 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 58,76 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava muito maior tanto em termos relativos quanto em termos absolutos, chegando a 86,27 mi de t.

Safra 2022/23
De acordo com a DATAGRO, 4,9% da produção estimada da oleaginosa safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 1,1 p.p. na comparação com a análise anterior. Esse fluxo está aquém dos 5,2% da média dos últimos 5 anos e bem abaixo dos 11,0% do recorde ocorrido em igual momento de 2021.

“Essa postura conservadora tem muito a ver com a insegurança dos produtores sobre o nível tecnológico que será possível adotar nesta próxima safra por conta das restrições no mercado de fertilizantes devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia”, analisa França Junior.

Milho
As vendas do milho da safra de verão 2021/22 no Centro-Sul do Brasil chegaram a 20,4% da produção esperada, contra 12,7% no levantamento anterior e 32,5% em igual momento do ano passado, abaixo dos 23,7% da média de cinco anos.

Até o dia 4 de março, 33,1% da safra de inverno de 2022 do Centro-Sul estava compromissada pelos produtores, ante 28,5% no mês passado, 44,5% em 2021 e 31,7% na média dos últimos 5 anos.