Para Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro, o mercado segue bastante sensível, observando neste momento fatores baixistas e altistas, entre eles os estoques apertados nos EUA, o clima na América do Sul, a janela de colheita apertada no Brasil e as perspectivas sobre a nova safra norte-americano.
Na próxima semana, os traders deverão acompanhar muito de perto o Outlook Forum, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que acontece nos dias 18 e 19 de fevereiro e que começa a trazer as primeiras perspectivas para a temporada 2021/22 dos EUA.
Mais a frente, há ainda a expectativa para as primeiras projeções oficiais de áreas de plantio nos Estados Unidos a serem reportados também pelo USDA em 31 de março. E com a divulgação de uma área maior, o mercado pode sentir a pressão mesmo diante de um cenário apertado de oferta e demanda.
Além dos fundamentos já conhecidos, o mercado ainda encontrou espaço para a recuperação das baixas fortes de ontem com a chegada do novo boletim semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o qual trouxe números acima do esperado.
Da safra 2020/21, foram vendidas 804,7 mil toneladas na semana encerrada em 4 de fevereiro, enquanto o mercado esperava algo entre 300 mil e 750 mil toneladas. A China foi o principal destino. Em toda temporada, as vendas americanas já totalizam 59,462,2 milhões de toneladas, do total estimado para exportado pelo país de 61,24 milhões. Há um ano, o total comprometido era de 32,8 milhões de toneladas.
Os EUA venderam ainda 178,5 mil toneladas de soja da safra 2021/22, dentro das projeções do mercado de 50 mil a 300 mil toneladas. Neste caso, a nação asiática também foi o principal destino da oleaginosa americana.
Mais do que isso, há ainda o posicionamento dos fundos, como explica Sousa. “Os fundos que venderam ontem não compraram hoje. Mas foram fundos novos que deram liquidez ao mercado”, diz. O diretor da Labhoro afirma que os fundos seguem ainda muito comprados nos grãos – 340 mil contratos de milho, 150 mil na soja, mais de 110 mil no óleo, mais de 70 mil contratos no farelo.
“Eles estão bem comprados e vão continuar comprados, apostando no mercado, porque não estão olhando a safra da América do Sul, mas os estoques norte-americanos. E vão olhar a nova safra dos EUA só quando o USDA divulgar isso (com os dados de intenção de plantio em 31 de março)”, diz o especialista.