O mercado da soja na Bolsa de Chicago terminou o dia de ontem com baixas de 88 a 94 pontos nos principais vencimentos, levando o julho a US$ 13,63 e o novembro a US$ 13,05 por bushel. A retomada dos negócios no pós feriado do Dia da Independência nos EUA foi tenso e de pressão sobre os grãos e derivados – com milho e óleo de soja no limite de baixa -, mas sem força o suficiente para definir a tendência das cotações, como explicou o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
De um lado, a pressão chegou com a notícia das boas e bem distribuídas chuvas do final de semana no Corn Belt, principalmente em regiões que vinham sofrendo mais com a seca, e com as previsões de condições melhores sendo esperadas para os próximos 10 dias. E essas chuvas, ao se confirmarem, ainda segundo Motter, poderiam promover importante recuperação das lavouras.
Tanto o milho quanto a soja entram agora em uma fase crítica, de definiçao importante da produtividade e que precisam de condições ideais para se firmarem.
De outro, o mercado de biocombustíveis nos EUA e a possibilidade de uma redução do mandatório norte-americano também pesam sobre o mercado. A decisão definitiva está prestes a ser tomada pela Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) e até lá se intensificam as especulações e a pressão sobre o presidente Joe Biden. Biden está entre as refinarias, sua agenda ambiental, e agora a decisão judicial.
MERCADO NACIONAL
O impacto sobre a formação dos preços da soja foi bastante intenso, porém, em partes compensado pela alta forte do dólar – de 2,40% – e de alguma valorização dos prêmios da soja nos portos brasileiros – de 10 a 20 cents de dólar de alta – diante da despencada dos indicativos em Chicago.
Ainda como relata o analista, as referências no Brasil perderam entre R$ 1,00 e R$ 2,00 por saca, e as perdas poderiam ser ainda mais agressivas caso o mercado cambial não apresentasse o movimento desta terça. A moeda americana terminou o dia com R$ 5,21.