Embora com altas mais amenas do que as registradas no início do dia, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta segunda-feira (5) em campo positivo. Entre as posições mais negociadas, os preços subiram entre 6 e 10,75 pontos, com o maio valendo US$ 14,12 e o agosto, US$ 13,72 por bushel.
Por mais uma sessão os traders refletiram as expectativas de uma área menor do que o esperado pelo mercado para a safra 2021/22 , como foi reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na semana passada.
Segundo explicam analistas internacionais, parte da continuidade das altas dos preços da soja na CBOT se deve à uma busca da oleaginosa por um pouco mais de área em detrimento do trigo nos EUA, uma vez que confirmada a área estimada na última semana resultaria em uma safra bastante ajustada e em estoques ainda mais apertados no país.
Ainda nesta segunda-feira, os números dos embarques norte-americanos de soja, também informados pelo USDA, ajudaram no suporte às cotações. De soja, foram embarcadas 298,252 mil toneladas, contra projeções de 150 a 500 mil toneladas. Em todo ano comercial, os EUA já embarcaram 54,385,688 milhões de toneladas, 71% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Agora, as atenções estão todas voltadas ao cenário climático para a safra dos Estados Unidos. “Para os EUA, o mês de abril será mais seco e mais quente, o que trará especulação. O colchão d’água está muito baixo”, explica a equipe da Agrinvest Commodities.
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia na contramão de algumas outras commodities, como o petróleo, que terminou o pregão desta segunda-feira com perdas de mais de 4% na Bolsa de Nova York e o barril do WTI valendo US$ 58,75 no spot.
PREÇOS NO BRASIL
No Brasil, os preços da soja não tiveram uma direção comum, já que apesar das altas em Chicago, o dólar recuou frente ao real. Ainda assim, a moeda americana segue próxima de R$ 5,70 e sendo importante suporte para as cotações da oleaginosa no mercado nacional.
E os negócios com a safra 2020/21 são pontuais, os produtores evitando novas vendas e aguardando por novas oportunidades que possam vir a aparecer daqui em diante, principalmente, no segundo semestre.
Para a temporada nova, os negócios que acontecem se dão em cima das trocas. A comercialização da safra 2021/22 de soja do Brasil chega a cerca de 15% neste momento, de acordo com estimativas da Brandalizze Consulting. O total estaria um pouco menos adiantado do que o registrado em anos anteriores. Em Mato Grosso, maior estado produtor da oleaginosa no país, o percentual chega a 25%.
“O sojicultor está usando um dos menores volumes de soja dos últimos anos para comprar os pacotes de insumos. E isso se dá mesmo com quase todos os insumos mais caros em reais”, afirma o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.