Os preços da soja terminaram o pregão em alta na Bolsa de Chicago e com o contrato julho/21 acima dos US$ 16,00 por bushel nesta terça-feira (11). “O mercado não quer estar vendido antes do relatório, comercialização forte e assim recuperou boa parte das baixas de ontem”, explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach AgMarketing.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte mensal de oferta e demanda nesta quarta-feira (12) e o foco do mercado tem sido nas primeiras projeções da safra 2021/22 dos Estados Unidos e na oferta sul-americana de milho, em especial a do Brasil com as perdas registradas pela safrinha por conta do clima adverso.
“É muita volatilidade entrando neste mercado, podemos ter uma grande movimentação com o relatório de amanhã. Não só por ser um relatório historicamente crítico, mas pelo quadro em que estamos”, explica Edwards. Veja as expectativas completas no link abaixo:
Até este momento, o plantio da nova safra norte-americana caminha bem, com ritmos tanto de soja, quanto de milho acima da média dos últimos cinco anos. No quadro climático, ainda de acordo com o consultor, os sinais de alerta se dão pela falta de chuvas ainda persistente na região oeste do país e as baixas temperaturas e riscos de geada ainda na porção leste dos EUA.
Embora sejam apenas “sinais de alerta” para o tempo nos EUA, o mercado segue muito atento ao cenário, principalmente em função do atual quadro extremamente de ajustado de oferta e demanda, com pouco ou nenhum espaço para perdas na nova safra americana.
Assim, Edwards explica que a tendência, portanto, é de que os vencimentos mais distantes e mais próximos sigam reduzindo sua diferença, já que os traders ainda buscam entender se a nova safra dos Estados Unidos pode chegar trazendo ao menos um equilíbrio parcial da oferta.
A disputa por área entre soja e milho também continua permeando os negócios para ambas as commodities. “O quadro fundamentalista mundial para a soja do que para o milho, mas a grande disparada é no milho. Então, a grande pergunta é se estamos vendo uma demanda por milho ou é muito dinheiro especulativo, já que ‘virou moda’ comprar milho no papel aqui nos EUA porque é mercado que tem um desempenho fantástico. Até que ponto é fundamental?”, afirma o consultor.
A demanda ainda permanece bastante firme e o papel do mercado nos próximos meses também terá grande influência sobre o andamento das cotações daqui em diante. Há ainda cerca de 30% da safra 2020/21 a ser comercializada e a chegada dessa oferta pode vir a mexer com os preços.