Como não poderia deixar de ser, o mercado da soja registrou mais um dia de altas e baixas na Bolsa de Chicago, mas terminou o pregão desta quarta-feira com estabilidade. No centro das atenções do mercado segue a questão do clima no Corn Belt e em mais países produtores. No paralelo, as políticas de biocombustíveis nos EUA e a demanda chinesa ainda concentrada na América do Sul também permearam os negócios da soja.
No Brasil, mais um dia de altas no mercado físico, com ganhos de até 4%, com o mercado refletindo as realidades locais de um quadro apertado de oferta e demanda. Nos portos, os preços também seguem em patamares elevados e que trazem boas oportunidades aos produtores.
Como relatou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, os indicativos base porto chegaram a testar algo entre R$ 174,00 e R$ 175,00 por saca para o mercado disponível, porém, devolveram parte dos ganhos para algo entre R$ 172,50 e R$ 173,00 por saca. Para a safra nova as referências também são boas e alguns negócios – entre as duas temporadas – também apareceram.
“A comercialização da safra nova está muito lenta, não passa de 20%. Da safra velha temos pouca soja para comercializar, o produtor está carregando da mão pra boca, e faz muito bem. Não se imaginava que o prêmio viesse de uma forma tão mais forte”, explica Sousa em entrevista ao Notícias Agrícolas. “O produtor está participando de uma forma lenta, consciente, e quer pegar preços melhores”.
O diretor do Grupo Labhoro explica que o monitoramento sobre o clima nos Estados Unidos segue se fazendo muito necessário, uma vez que são as condições de tempo no Meio-Oeste americano que seguirão direcionando as cotações em Chicago e, consequentemente, a formação das cotações no mercado brasileiro.
“O produtor está olhando os preços para a safra nova com os olhos voltados para o clima americano. Em 20 dias podemos ter soja para o contrato novembro em Chicago a US$ 15,00 ou abaixo de US$ 13,00, tudo vai depender do clima”, explica Sousa. Neste momento, as previsões atualizadas seguem indicando o calor intenso e as poucas chuvas para o oeste dos EUA, enquanto no leste o quadro atual é um pouco mais favorável.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa terminaram o dia com estabilidade e em campo misto. O vencimento agosto/21 fechou com US$ 14,39 e o novembro, referência para a nova safra americana, com US$ 13,89 por bushel.