Os preços da soja no mercado brasileiro registraram um novo dia de altas fortes nesta quarta-feira (6) em quase todas as praças de comercialização do país pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Acompanhando mais uma sessão de altas na Bolsa de Chicago e do dólar subindo frente ao real, os indicativos marcaram ganhos de até 3,56%, como foi o caso de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, com a saca encerrando o dia a R$ 145,50. Em Castro, no Paraná, apesar da estabilidade, o preço encerrou o dia com R$ 160,00 de referência.
O momento continua sendo de muita força para o mercado brasileiro diante, principalmente, dos fundamentos, seja do lado da oferta, seja do lado da demanda. A pressão de venda agora é limitada, com poucos novos negócios acontecendo e os produtores já tendo comprometido cerca de 60% da temporada que começa a ser colhida nas próximas semanas.
E segundo explicam analistas e consultores de mercado, as oportunidades que o mercado nacional ainda tem pela frente – considerando, inclusive, todo o potencial da demanda interna – são bastante promissoras. Assim, mais a diante a comercialização brasileira deve recuperar seu ritmo forte e participar de momentos que podem ser ainda melhores no mercado, ainda de acordo com especialistas.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam o pregão com altas de 11,50 a 15,25 pontos. O janeiro encerrou o dia com US$ 13,65 e o março, US$ 13,61 por bushel.
O mercado, como já aconteceu nas últimas três sessões, tem se ajustado depois de algumas disparadas, mas sem perder a força e o viés de alta. Além dos fundamentos positivos, afinal, os fundos investidores têm carregado uma posição recorde comprada não só na soja, mas também nos derivados, mais um combustível para a sustentação dos indicativos.
O foco permanece sobre os fundamentos, que são muito fortes neste momento. Os traders continuam dando espaço à relação de oferta e demando muito ajustada, registrando níveis críticos e com um déficit de produto de ao menos 10 milhões de toneladas, na avaliação da Pátria Agronegócios.
Enquanto isso, as condições de clima na América do Sul seguem preocupando, principalmente na Argentina. As chuvas são muito limitadas e as lavouras continuam sentindo a pressão em seu desenvolvimento e conclusão do plantio.
Mais do que nos fundamentos, o mercado em Chicago se apoia ainda na posição comprada recorde dos fundos de investimento. Entre soja, milho, trigo, farelo e óleo são quase 800 mil contratos, superando o recorde de 2012 de 780 mil. Entre 28 de dezembro e 4 de janeiro, foram adicionados 103,777 mil contratos, com os fundos sendo motivados, essencialmente, pela força dos fundamentos que estimulam o avanço das cotações. A relação apertada entre a oferta e a demanda globais é clara, já cria ambiente para uma inflação entre os alimentos no mundo todo e favorece ainda mais este comportamentos dos fundos.