“É uma safra para 120 milhões de toneladas, o que não é nada surpreendente. E agora fica por essa questão do risco. O que afetar isso vai colocar a soja em outra rota. Uma ameaça que venha a ocorrer nos EUA, como clima seco que está previsto, pode devolver um patamar mais alto para a soja, entre US$ 15,50 a US$ 16,00 por bushel”, explica o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio.
Na sexta-feira (2), os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com pequenas altas de 3,50 a 5 pontos nos principais contratos, com o julho sendo cotado a US$ 14,51 e o novembro a US$ 13,99 por bushel. Ao longo do dia, os preços subiram quase 30 pontos e ao longo da semana exibiu ganhos expressivos.
Julho começou e este é um dos mais importantes para a definição da safra de grãos dos Estados Unidos. O foco central é o milho, porém, com o plantio tendo ocorrido em ritmo recorde e um pouco mais cedo este ano, o mês será importante também para diversas regiões quando se trata da soja. Dessa forma, a relação entre o clima no Corn Belt e o mercado fica ainda mais próxima e intensa.
Todavia, julho não começa com o cenário mais favorável para as lavouras norte-americanas. Os produtores em diversos pontos do cinturão ainda têm de lidar com extremos climáticos – como o Notícias Agrícolas já havia noticiado na sexta-feira (25) – e as previsões sinalizam mais desafios para as próximas semanas.
E assim, a formação dos preços aqui no Brasil também foi favorecida, com patamares melhores também sendo observados no mercado nacional. Além das altas em Chicago, os prêmios também subiram e novas oportunidades de fixação surgiram.
“Chegou a hora de uma nova chance de vender no spot e de fazer fixação futura. A esse preço, com o dólar na B3, deixa uma margem excelente. Não é a mesma margem deste ano, mas ainda é uma margem muito alta”, diz Cogo.