Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltam do feriado nos EUA operando em queda nesta terça-feira (19). Por volta de 7h30 (horário de Brasília), os contratos mais negociados caíam entre 7,6 e 11,4 pontos, levando o março a US$ 14,06 e o maio a US$ 14,03 por bushel. O mercado retoma seus trabalhos com mais um movimento de realização de lucros.
Segundo explicam os analistas da Agrinvest Commodities, o que alimenta este movimento de realização é, em parte, o novo momento de lockdowns em algumas partes do mundo por conta da segunda onda do coronavírus, o que traz alguma insegurança sobre a demanda, principalmente às vésperas do feriado do Ano Novo Lunar na China, o mais importante e extenso do país.
“As medidas podem ter impacto pesado de curto prazo para a demanda global, a exemplo do que ocorreu entre fevereiro e março de 2020, o auge da pandemia na China”, diz a Agrinvest.
Uma certa melhora nas condições de clima na Argentina, uma piora nas margens de esmagamento da China e a soja brasileira mais competitiva, ainda de acordo com os analistas, também ajuda a pressionar as cotações.
Em contrapartida, o mercado segue sustentado no médio prazo, acompanhando seus fundamentos de oferta muito limitada e a demanda ainda sinalizando uma curva de crescimento muito expressiva. Nos EUA, além das exportações muito fortes, a demanda interna também é forte e contribui para o quadro fundamental. No Brasil, a colheita ainda está atrasada e na Argentina, apesar da ligeira melhora no clima, a safra ainda sofre e será menor do que o inicialmente estimado.