Empresas de proteínas animais pedem aval para comprar o grão americano para tentar conter alta de custos na cadeia de carnes.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou ontem que deve haver novidades sobre a possibilidade de importação de milho dos Estados Unidos ainda nesta semana. Com alta nos preços do cereal, as indústrias de carne querem ampliar os canais de compra do principal insumo da ração animal, mas dependem de aprovação da transgenia utilizada pelos americanos, maiores produtores mundiais, para trazer o grão ao Brasil.
“Devemos ter novidade da CTNBio [Comissão Técnica Nacional de Biossegurança] nesta semana para poder entrar milho americano”, disse durante uma live nesta segunda-feira. Como o Brasil não produz os milhos geneticamente modificados cultivados pelos americanos, o órgão precisa autorizar a entrada dessas tecnologias no território nacional.
Tereza Cristina disse que está preocupada com possíveis perdas na segunda safra de milho, mas que não haverá falta do produto no Brasil. “Tivemos chuvas atrasadas que não devem recuperar o que se perdeu, mas manter o que se teve”, comentou. “São dados preocupantes. Com aumento das exportações de carne e do consumo tivemos empresas de proteína animal preocupadíssimas com medo de faltar milho. Não vai faltar, mas há preço elevado”, disse.
Ela reforçou que a receita para combater os preços altos é aumentar a produção interna. “Espero que a gente tenha mais milho na safra de verão. Tudo indica que os preços não cairão muito. O que precisamos agora é vacinar a população e ter emprego, fazer com que economia continue bem no segundo trimestre voltando a ter emprego para ter o crescimento que Brasil tanto precisa”.