Ontem, a quarta-feira (12) chegou ao final com os preços do milho novamente subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas na praça de Pato Branco/PR.
Já as valorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Cascavel/PR, Rio do Sul/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Itapetininga/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “com negociações praticamente travadas no mercado interno, as referências em Campinas/SP tiveram poucas alterações nos últimos dias. O sentimento de cautela persiste entre compradores e vendedores, o que não estimula alguma dinâmica”.
A SAFRAS & Mercado relata que o mercado brasileiro de milho segue com preços firmes. O analista Fernando Henrique Iglesias, destaca que as dificuldades de abastecimento permanecem presentes no mercado. “O clima segue como um elemento determinante neste momento, com os modelos apontando para volume pluviométrico bastante irregular até a virada de mês, ou seja, a quebra da safrinha tende a ser ainda maior em diversos estados”, comenta.
Ainda nesta quarta-feira (12), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para o mês de maio e trouxe dados sobre as três safras de milho além de projeções sobre oferta e demanda brasileiras.
Para a segunda safra, o destaque são as operações de semeadura envolvendo a segunda safra de milho nesta temporada que foram duramente afetadas pelo atraso na colheita da soja, que provocou, de forma inédita, o plantio de aproximadamente 35% da área total fora do período recomendado pela área técnica.
Agora, será o clima quem vai determinar o tamanho da safra brasileira. A entidade reduziu sua perspectiva de produção da safrinha para 79,799 milhões de toneladas, mesmo assim aumentando em 6,6% a resultado da safra passada, com um aumento de 8,8% no plantio com 14,968 milhões de hectares.
Na soma das três safras brasileiras, a entidade estima produção total de 106 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em ralação ao ciclo 19/20, mas redução na comparação com as estimativas de abril (109 milhões) e março (108,1 milhões).
B3
Os preços futuros do milho começaram o dia em alta, perderam força ao longo do dia e encerraram as atividades em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 0,45% negativo e 0,29% positivo ao final da quarta-feira.
O vencimento maio/21 era cotado à R$ 102,32 com queda de 0,26%, o julho/21 valia R$ 102,90 com alta de 0,29%, o setembro/21 era negociado por R$ 99,50 com perda de 0,19% e o novembro/21 tinha valor de R$ 99,55 com baixa de 0,45%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as movimentações da Bolsa Brasileira refletiram o que aconteceu na Bolsa de Chicago, o reporte do USDA e o da Conab, todos desta quarta-feira.
“A Conab reduziu a safra brasileira de milho, mas não dentro do que era esperado. Para a segunda safra apontaram 79,8 milhões de toneladas (antes eram 82,6) e isso é uma redução muito pequena, nós esperamos uma safra de 75 ou menor poque houve muitos problemas”, pontua.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também começou a quarta-feira subindo, mas fechou o dia com os preços internacionais do milho futuro despencando. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 2,00 e 18,25 pontos.
O vencimento maio/21 era cotado à US$ 7,57 com perda de 2,00 pontos, o julho/21 valia US$ 7,14 com queda de 7,50 pontos, o setembro/21 era negociado por US$ 6,21 com baixa de 13,50 pontos e o dezembro/21 tinha valor de US$ 5,93 com desvalorização de 18,25 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 0,26% para o maio/21, de 1,11% para o julho/21, de 2,20% para o setembro/21 e de 2,95% para o dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram depois que os estoques finais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ficaram mais altos do que as estimativas dos analistas, o que desencadeou algumas vendas técnicas.
O relatório WASDE do USDA de hoje pressupõe que os agricultores atingirão os rendimentos da linha de tendência nesta temporada, para uma média de 179,5 bushels por acre e uma produção total de 15,0 bilhões de bushels. As exportações devem diminuir 325 milhões de bushels durante a campanha de comercialização de 2021/22. Os estoques finais devem subir 250 milhões de bushels ano a ano para 1,507 bilhão de bushels, o que foi notavelmente maior do que a estimativa média de comércio de 1,344 bilhão de bushels.