Decorridos quase 27 anos da implantação do atual padrão monetário brasileiro – o Real – a inflação acumulada pelo IGP-DI aproxima-se, mas não ultrapassa, a marca dos 1.000%.
Os dois principais produtos da avicultura – frango e ovo – permanecem distantes dessa marca. Mas não sua principal matéria-prima, o milho, que há oito meses se mantém visivelmente acima do IGP-DI e não dá mostras de reversão.
Pelos números, constata-se que, frente a uma inflação de 955%, em maio passado o milho alcançou valor quase 280 pontos percentuais superior ou, mais exatamente, 1.234,20%. Pois o preço médio alcançado pelo frango vivo no mês ficou cerca de 437 pontos percentuais abaixo do milho, enquanto a defasagem enfrentada pelo ovo em relação ao milho alcançou surpreendentes 781 pontos percentuais.
Mas a saga do ovo não acaba aí. Pois seu preço, em maio passado, valorizou-se apenas 13,30% em um ano – índice bem inferior ao da inflação acumulada (36,53%) e, sobretudo, do encarecimento de preços do milho (praticamente, 89% a mais).
Quanto ao frango, parece ter passado por esse mesmo período sem ter sofrido grandes perdas, pois valorizou-se bem acima da inflação e ficou menos de 10 pontos percentuais aquém da valorização obtida pelo milho. Mas… devagar com o andor. Porque o que houve com o frango foi, quase exclusivamente, recuperação de preços: um ano atrás, sob os efeitos da pandemia, sua cotação retrocedeu a um dos mais baixos níveis da década. Ou seja: os melhores resultados alcançados em um mês, neste ano ou nos últimos 12 meses não repõem as perdas acumuladas no decorrer do tempo.
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