Em janeiro de 2023 o ovo apresentou comportamento muito similar ao do mesmo mês do ano anterior. Assim, as perdas de preço vindas de dezembro tiveram continuidade no início do exercício (no décimo dia do mês a cotação média registrada ficou cerca de 22% abaixo da alcançada 30 dias antes), só observando-se as primeiras reações a partir do segundo decêndio do mês. Exatamente como em janeiro de 2022, até mesmo nas variações das curvas de preço.
A única diferença, neste caso, é que o preço médio alcançado neste ano ficou um terço acima do observado em janeiro de 2022. Mas – ressalte-se – não porque tenha ocorrido forte valorização do produto e, sim, porque há um ano, o preço obtido havia retrocedido a um dos menores patamares dos últimos tempos.
Dessa forma, mesmo apresentando resultados excepcionais, o índice de aumento anual não impediu que em janeiro passado o ovo recuasse à menor remuneração dos últimos 12 meses. Ou seja: pior que janeiro de 2023 somente janeiro de 2022.
Ainda assim, o que muitos analistas irão ressaltar é a variação anual um terço superior à de janeiro de 2022. Esquecerão (ou ignorarão) que o preço médio daquele mês correspondeu a pouco mais de 80% do valor médio de 2021.
Igualmente ignorada será a questão do aumento de custo. Em janeiro, com uma caixa de ovos (30 dúzias) o produtor adquiriu cerca de 1,3 saca de milho. Pois esse volume é quase 10% inferior à média dos últimos 12 meses, período em que foi possível adquirir, com o mesmo volume de ovos, mais de 1,430 saca de milho.
Por sinal, partindo dos preços médios registrados em agosto de 2022 (pico de preço do ovo no ano que passou), o milho chegou a janeiro de 2023 com um aumento não muito distante dos 5%. Já o ovo viu sua cotação encolher mais de 15%.
De toda forma, janeiro foi encerrado com um valor médio quase 35% superior ao do início do ano e a melhor cotação em quase seis meses. É, aparentemente, um desempenho que não tem retrocesso. Pelo contrário, fevereiro promete ainda melhores resultados, pois, passado o Carnaval vem o período de Quaresma. É quando, tradicionalmente, são alcançados os melhores preços do ano.