A China relatou um novo foco de casos de Covid-19 entre trabalhadores em uma fábrica de processamento de carnes no país, levantando temores entre os consumidores locais que até agora se preocupavam principalmente com a segurança dos alimentos importados.
Dez casos confirmados do novo coronavírus estão relacionadas a uma empresa que abate 50 milhões de frangos por ano na cidade de Harbin, no nordeste do país, e é propriedade do conglomerado tailandês Charoen Pokphand (CP), um dos maiores produtores mundiais de aves.
Outros 28 trabalhadores da fábrica e três parentes estavam assintomáticos, disseram autoridades em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21).
Embora a China tenha apontado repetidamente a importação de carne e peixe congelados como a fonte de casos de coronavírus no ano passado, o país não relatou surtos significativos em seu próprio setor de processamento de alimentos.
Alguns frigoríficos dos Estados Unidos, Brasil e Europa enfrentaram restrições do governo chinês por traços do novo coronavírus encontrados em alimentos em passado recente.
O foco na cidade de Harbin foi detectado como parte da triagem de rotina de pessoas na região, que registrou um aumento de casos nas últimas semanas.
Amostras retiradas de dentro do matadouro, de sua área de armazenamento refrigerado e de fora da embalagem do produto durante as inspeções no início desta semana também foram consideradas positivas para o vírus, disseram autoridades da cidade.
A fábrica não foi encontrada para comentar o surto. Dois executivos envolvidos no negócio de frango do grupo não quiseram comentar o caso.
A notícia do surto foi um dos assuntos mais comentados na plataforma chinesa Weibo, semelhante ao Twitter, com alguns internautas incentivando outros a não comerem produtos da empresa.
Alguns disseram que as autoridades comunitárias já haviam pedido um recall dos produtos da fábrica. A agência Reuters não conseguiu confirmar.
O CP é um dos principais processadores de frango da China e também uma marca conhecida de ovos e outros alimentos processados.
Apesar das medidas de cuidado do governo chinês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que as pessoas não devem temer alimentos ou embalagens de alimentos durante a pandemia.