Analistas ouvidos acreditam que as ações de grandes empresas como JBS e BRF ainda não refletem o caso de gripe aviária no Brasil.
Embora a gripe aviária tenha causado suspensões temporárias nas exportações de carne de frango e produtos avícolas do Brasil para destinos importantes, ainda é limitado o efeito desse cenário sobre as ações dos frigoríficos na B3, segundo analistas ouvidos pelo Valor.
Para o especialista, as ações da BRF, por exemplo, estão se movimentando desde a semana passada descoladas dos fundamentos do mercado. Após a divulgação de um resultado forte sobre o primeiro trimestre e perspectivas até então positivas para a demanda por aves e suínos, os papéis da companhia de alimentos operaram a maior parte dos pregões em queda desde sexta-feira (16/5) “muito mais em reflexo dos investidores digerindo o processo complexo da fusão [com a Marfrig] do que gripe aviária”, disse Alencar.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concorda que o caso da doença confirmado em Montenegro (RS) não teve grande impacto sobre as ações dos frigoríficos ontem.
“A Marfrig caiu porque teve uma valorização muito grande com o anúncio da fusão, na semana passada”, ressaltou.
No caso da JBS, que chegou a figurar entre as maiores altas da B3 ontem, a percepção dos analistas é de que a unidade de aves e suínos Seara tende a ser afetada pelos embargos causados pela gripe aviária, porém, trata-se de apenas um dos negócios de sua controladora JBS, o que ajuda a diluir o dano sobre a receita.
Neste cenário, as ações da JBS terminaram a segunda-feira (19/5) em alta de 3,06%, enquanto as da BRF caíram 1,35% e os papéis da Marfrig baixaram 6,42%. Vale lembrar que na sexta, Marfrig subiu mais de 20%.